Torneio de Valdevez
Nesta freguesia acampou, Afonso VII de Leão e Castela, rei de Leão, com o seu exército quando da Batalha de Arcos de Vale de Vez, em 1128, ou, segundo outros, em 1139, batalha em que ficaram derrotados os castelhanos.
“Afonso VII de Leão, também chamado o Imperador (Caldas de Reis, 1 de março de 1105 – Viso del Marqués, 21 de agosto de 1157), foi o primeiro rei da Casa de Borgonha: rei da Galiza a partir de 1111, rei de Leão a partir de 1126, rei de Castela e de Toledo a partir de 1127, e imperador da Hispânia a partir de 1135.
Era filho de Raimundo de Borgonha, conde da Borgonha e de Urraca I de Leão e Castela, filha do rei Afonso VI de Leão e Castela e de Constança da Borgonha.
O seu reinado nesses reinos caracterizou-se pela tentativa de hegemonia de toda a Península Ibérica, fracassada pela independência de Portugal, pela criação da Coroa de Aragão e pela resistência moura ao invasor cristão.”
O chamado Torneio de Arcos de Valdevez[1], também conhecido como Recontro de Valdevez, Bafordo de Valdevez ou então Veiga da matança, foi um decisivo episódio da História de Portugal ligado à fundação da nacionalidade.
O episódio teve lugar em 1140[1], no Vale do Vez (tributário do rio Lima), em Arcos de Valdevez, quando D. Afonso Henriques, após a vitória na batalha de Ourique (1139), rompeu a paz de Tui (1137) assinada com seu primo o Imperador Afonso VII de Leão e Castela, e invadiu a Galiza, conquistando alguns castelos sob protetorado do monarca leonês. Em resposta, as forças imperiais, em muito maior número, entraram em terras portucalenses arrasando os castelos à sua passagem, descendo as montanhas do Soajo em direção a Valdevez.
“ERA DE 1178 (da Era Hispânica contada a partir de 1 de Janeiro de 38 a. de C. e não da era Cristã, adotada em Portugal só em 22 de Agosto de 1422, no reinado de D. João I. Por isso, o ano correto do acontecimento referido é 1140). Ao mesmo tempo o Imperador D. Afonso, filho do conde Raimundo e da rainha D. Urraca, filha do grande Imperador D. Afonso, tendo reunido todo o seu exército de Castela e Galiza, quis entrar no reino de Portugal e vieram até um lugar que se chama Valdevez; mas o rei D. Afonso foi ao seu encontro com o seu exército e ocupou o caminho por onde aquele queria vir, e armou as suas tendas, uns de uma parte e outros de outra. E como alguém viesse do lado do Imperador para provocar uma escaramuça que os populares chamam Bufúrdio, imediatamente alguns saíam do lado do rei de Portugal, indo ao encontro deles e, com eles escaramuçando. Estes prenderam Fernando Furtado, irmão do imperador e o cônsul Pôncio de Cabreira, Vermudo Peres e Varela, filho de Fernando Joanes, irmão de Paio Curvo, e Rodrigo Fernandes, pai de Fernando Rodrigo, e Martinho Cabra, sobrinho do cônsul D. Pôncio, e outros muitos que com eles vinham. Por isso vendo o imperador que tudo corria próspero ao rei de Portugal e que uma boa estrela o guiava e que Deus o ajudava e que a si tudo lhe corria ao contrário, e que, se quisesse continuar a luta, maiores seriam os seus prejuízos, mandou enviados à presença do arcebispo de Braga, D. João, e a outros homens bons e pediram-lhes que viessem ter com o rei de Portugal para que fizesse e firmasse uma boa paz e para sempre. Assim aconteceu e chegaram a um acordo. Efetivamente numa tenda tanto o Imperador como o rei de Portugal se beijaram mutuamente, comeram e beberam vinho, e falaram a sós secretamente e, assim, cada um deles retomou a sua paz”
Bibliografia
- Infopedia
- Wikipédia